Polícia

Caso Isis: Delegado Seccional diz que a mãe Jenifer foi fria e calculista; ela é acusada de homicídio doloso

Coletiva de imprensa

Jennifer Natália Pedro, 20 anos, mãe da menina Ísis Helena, desaparecida há 54 dias, deverá ir a júri popular por homicídio doloso e ocultação de cadáver. Ela é acusada de matar a própria filha, de apenas 1 ano e 11 meses e ainda tentar esconder o corpo, descartando-o no rio do Peixe.

O crime aconteceu no dia 2 de março, em Itapira. Na tarde desta sexta-feira (24), em entrevista coletiva sobre o caso, o delegado secional de Mogi Guaçu, José Antônio Carlos de Souza, disse que a DIG (Delegacia de Investigações Gerais), chefiada pela delegada Edna Elvira Salgado Martins, já concluiu o inquérito e encaminhou ao MP (Ministério Público).

Os promotores, por sua vez, acataram as conclusões das investigações e deverão oferecer denúncia à Justiça. A mãe de Ísis Helena está na penitenciária feminina de Mogi Guaçu desde a prisão temporária dela, decretada no último dia 17. O período de cinco dias já foi prorrogado, mas acaba neste domingo (26).

Mesmo assim, o delegado secional acredita que ela não deva responder o processo em liberdade. “Foi um crime com grande repercussão na região”, observou. Ainda durante a coletiva, José Antônio fez questão de elogiar as forças policiais e voluntários de Mogi Guaçu, Itapira e outras cidades que se uniram nas buscas por Ísis Helena.

Ele afirmou que o caso foi elucidado desconstruindo as versões apresentadas pela mãe. “Usamos muita técnica nas investigações, além de rigor científico e sigilo. Isso deu resultado”, disse. O delegado contou que aos poucos, novas provas foram aparecendo e isso acabou comprovando a participação de Jennifer no sumiço da filha.

“Ela (Jennifer) não conseguiu mais manter a farsa de que a menina havia sido levada de sua casa. Diante das evidências, acabou confessando o crime”, apontou o seccional. Com mais de 30 anos na Polícia Civil, José Antônio revelou que ficou surpreso com a frieza de Jennifer.

“Ela é uma pessoa fria e calculista. Confessou o crime sem demonstrar sentimento algum”, espantou-se. Uma das provas que desmontou a versão de Jennifer de que a filha teria sido levada de casa, foi imagens de câmeras de segurança mostrando ela em uma moto, portando a mochila na qual carregou o corpo da filha até o bairro de Duas Pontes. Neste mesmo local, ela afirmou que teria “soltado” o corpo da menina nas águas do rio do Peixe.

MAUS TRATOS

A mãe de Ísis Helena também explicou o porquê de não ter pedido ajuda para socorrer a filha, quando percebeu que ela estava morta. Jennifer disse que ficou com medo de ser acusada de maus tratos contra a filha, uma vez que já havia denúncias desse tipo contra ela no Conselho Tutelar.

A mãe insiste que, na noite anterior ao desaparecimento, a filha estava com febre, foi medicada e dormiu por volta da meia noite. Às 3h00 do dia 2, acordou, tomou mamadeira e voltou a dormir. Quando a mãe acordou, por volta das 6h00, já encontrou a filha sem vida, fria, com espuma na boca.  “Ela contou pelo menos duas versões desse crime e todas foram desmentidas”, garante o delegado.

BUSCAS

O delegado revelou que a partir de agora, as buscas pelo corpo da menina passam a ser prioridade número um. No entanto, os trabalhos que vinham sendo comandados pelo próprio seccional, passam para a Polícia Civil de Itapira. “Estou muito cansado e, por isso, deleguei essa missão ao delegado Anderson Cassimiro de Lima”, disse José Antônio. Nesta sexta-feira, com a ajuda de um sonar emprestado pela Polícia Militar Ambiental, investigadores da DIG fizeram uma varredura em alguns pontos do rio Mogi Guaçu. Esse equipamento permite obter imagens por meio de ondas sonoras, identificando objetos submersos, inclusive corpos. Numa próxima fase também poderão ser utilizados drones e não está descartada a utilização até de aeronaves nas buscas pelo corpo de Ísis Helena.

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MGA

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