Covid-19 e Diabetes: quais os riscos envolvidos entre eles?
Tratamento adequado e controle da diabetes são fundamentais para o não agravamento em caso de contaminação pela Covid-19
Como já sabemos, as pessoas com algumas patologias são os grupos de risco e estão mais suscetíveis a ter complicações ao contraírem a Covid-19, um deles deve ter atenção especial, que é o público diabético. O endocrinologista do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, Dr. Idevaldo Floriano explica que os pacientes com diabete mellitus têm alta chance de desenvolver quadros graves da Covid-19 quando não cuidam da doença.
O médico esclarece que no caso das pessoas diabéticas isso pode acontecer quando a doença não é tratada ou controlada corretamente. “Quando há um bom controle do diabetes, o paciente tem a imunidade semelhante a pessoas não diabéticas. O risco maior de desenvolver a forma grave do COVID-19, em diabéticos, está relacionado à falta de controle glicêmico”, conta o endocrinologista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, hoje, 6,9% da população brasileira vive com a doença, cerca de 13 milhões de pessoas. Os números crescem a cada dia e a demora no diagnóstico favorece o surgimento de complicações.
A diabetes é uma doença silenciosa e por ser pouco sintomática no início do quadro, os sinais só são sentidos quando os níveis de glicemia já estão muito altos. Como funciona a doença? O organismo da pessoa com diabetes não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente. Quando o nível de glicose no sangue fica alto acontece a hiperglicemia – que causa vertigem e tremores. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
E quais são as complicações que pacientes com diabetes podem ter ao contrair o coronavírus? Pessoas diabéticas internadas com coronavírus apresentaram desfechos clínicos mais complicados, é o que aponta um estudo realizado e coordenado pelo Dr. Bruce Bode de Atlanta, e feito em colaboração com a Glytec, firma americana especializada em monitorização computadorizada de glicemia intra-hospitalar em pacientes com COVID-19.
O estudo apontou ainda que a taxa de mortalidade nos pacientes diabéticos e ou hipoglicêmicos foi cinco vezes maior do que em pessoas que não possuem comorbidades. Outro dado alarmante da pesquisa está no caso de pacientes que evoluíram com hiperglicemia durante a internação, sem diagnóstico prévio de diabetes, esses apresentaram três vezes mais taxa de mortalidade do que os que já sabiam que eram diabéticos.
Como até o momento não há evidências de qualquer medicamento que previna e combata a infecção por coronavírus, o médico orienta que seguir as medidas de higiene como: lavar mãos, passar álcool nas mãos sempre que as tocar em objetos potencialmente contaminados, usar máscaras e evitar aglomerações podem diminuir as chances de contaminação e propagação da doença.
E no caso de contaminação, o Dr. Idevaldo faz um alerta, “os diabéticos devem ter atenção redobrada aos sinais de alerta, como febre persistente e falta de ar, já que tem maior risco de apresentar quadros graves da doença”, conclui.