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Álcool em gel sem eficácia nenhuma foi usado na Educação e SAÚDE do Guaçu em 2020

O álcool comprado sem licitação deveria ter 70% de concentração, mas tinha apenas 8,7%, um inquérito policial está aberto para apurar prejuízos e impactos causados, a atual Administração também vai apurar com rigor o caso

A Prefeitura de Mogi Guaçu pode ter adquirido álcool em gel sem eficácia asséptica contra a Covid-19. Pelo menos é isso que o delegado Alessando Serrano Morcillo, titular do 1º DP (Distrito Policial) de Mogi Guaçu, está tentando apurar em um inquérito aberto, esta semana.

O objetivo é apurar se o álcool gel fornecido pela Prefeitura de Mogi Guaçu às secretarias da Saúde e Educação estavam dentro das especificações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no que tange a assepsia durante a pandemia do Covid-19.

Uma amostra do produto analisado pelo IC (Instituto de Criminalística) Nde Campinas, apontou que o álcool adquirido pela prefeitura, em meados de 2020, tem apenas 8,7% de concentração de álcool etílico em sua composição, bem abaixo dos 70% recomendados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Se preferir, baixe o documento e leia na íntegra.

Um lote desse álcool gel foi adquirido em regime de urgência, sem licitação, primeiramente, pela Secretaria Municipal de Educação e, posteriormente, repassado à Saúde. Segundo informações, o álcool, da marca “DU Química” foi comprado em junho de 2020 pela Secretaria de Educação. Na época, Célia Mamede era a Secretaria de Educação e Clara Alice de Carvalho a Secretaria de Saúde, Clara hoje é comissionado do Prefeito Paulo Silva em Mogi Mirim, lotada como Secretária de Saúde na urbe vizinha.

O produto, embalado em galões de 5 litros, foi repassado à Secretaria de Saúde que, por sua vez, distribuiu o álcool nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), possivelmente para o HM (Hospital Municipal) e demais departamentos da Saúde, para ser usado na assepsia de funcionários e de pacientes.

Porém, o problema só veio à tona quando funcionários do IML (Instituto Médico Legal) de Mogi Guaçu emprestaram o álcool de uma UBS no Jardim Novo I e notaram algo estranho no produto. O álcool gel parecia não estar em conformidade às especificações das autoridades sanitárias.

Para tirar a dúvida, um dos funcionários do IML tentou atear fogo no álcool, mas não conseguiu. O gel apagava as chamas. Desconfiados, eles acionaram a Polícia Civil que, por sua vez, pediu uma análise do produto ao IC (Instituto de Criminalística) de Campinas, mas que teve a análise química feita no IC de São Paulo.

O resultado que chegou esta semana foi enfático: o álcool gel analisado
não garantem assepsia, uma vez que está muito abaixo do limite entre 60% e 80% recomendados pela Anvisa. Só para se ter uma ideia, o teor alcoólico de algumas bebidas são bem superiores ao álcool fornecido pela Saúdo.

A vodka, por exemplo,tem 40%. Uísque, 40% e rum pode até chegar a 70%. Claro que se trata de álcool diferente, mas esse produto da DU Química jamais poderia ser chamado de asséptico.

A principal pergunta que fica é: quantas pessoas podem ter sido infectadas pela Covid-19 pela ineficácia do álcool gel asséptico colocado à disposição de médicos, enfermeiros e pacientes?

Nota Oficial da Atual Administração Municipal:

“A Secretaria Municipal de Negócios Jurídicos de Mogi Guaçu esclarece, em primeiro lugar, que o laudo pericial em análise é resultado de apreensão feita em julho do ano passado de frascos de álcool em gel adquiridos à época, em gestão anterior, pela Secretaria Municipal de Educação e doado, posteriormente, à Secretaria Municipal de Saúde.

Segundo apuração feita pelo novo governo, naquele mesmo mês, em Julho de 2020, um processo administrativo foi aberto pelo município para apuração do caso e, de acordo com documento de comunicação interna da Secretaria de Administração datado de 21 de julho de 2020, o setor de farmácia “recolheu as embalagens do produto que havia nos postos de saúde”.

A Secretaria informa ainda que, em face da gravidade do tema, dará sequência à apuração, com o necessário rigor que o caso exige, das circunstâncias e do processo de compra e utilização desses materiais. A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, realiza levantamentos para avaliar a destinação dada, naquele período, a esse material”.

A preocupação da atual Administração e autoridades é saber se esse álcool foi usado no sistema municipal de saúde e se isso teria contribuído para o agravamento a pandemia na cidade.

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MGA

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