Realidade Virtual se torna aliada em tratamentos de tontura
Exercícios auxiliam na melhora da tontura e da qualidade de vida dos pacientes
Tontura e/ou vertigem, sensação de mal estar, como se estivessem caindo, flutuando ou rodando são as queixas mais comuns das pessoas que apresentam problemas no labirinto. Isso acontece quando o sistema auditivo e vestibular apresentam algum problema, individualmente ou em conjunto, e o cérebro recebe informações errôneas sobre sua posição no espaço, o que causa um conflito sensorial e desencadeia o desconforto.
“Labirintite” é um termo popularmente usado por pessoas que querem se referir às doenças no labirinto, no entanto o termo mais correto seria “labirintopatias”. Alguns dos fatores podem ser responsáveis por esse distúrbio como: alterações nos hormonais, diabetes, hipertensão, infecções por bactérias ou vírus, traumas, alimentação inadequada, sedentarismo, uso de drogas ototóxicas (ou seja, que possam lesar estruturas da orelha interna, impactando nas funções auditivas e do equilíbrio).
Você sabia que existe tratamento sem medicamentos? A reabilitação vestibular é um procedimento terapêutico, realizado por fonoaudiólogos, que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida dos pacientes e restaurar as alterações de equilíbrio corporal. O método baseia-se em programas de exercícios com a cabeça, os olhos, o corpo ou em manobras físicas específicas, associadas a explicações sobre o desequilíbrio e a mudanças de hábitos. “Os exercícios repetitivos adequados ao problema do paciente acelera e estimula os mecanismos de adaptação, proporcionando assim a volta do seu equilíbrio de forma mais rápida”, conta a fonoaudióloga Thais Carvalho.
Thais ainda explica que os exercícios aumentam a estabilidade do olhar, diminuem a tontura, a instabilidade corporal e o desconforto na realização de atividades do cotidiano. Segundo ela, muitos pacientes têm a tendência de evitar movimentos, já que eles desencadeiam os sintomas, passando a se movimentar cada vez menos, atrasando deste modo, o sistema de compensação. “Na reabilitação vestibular cada paciente tem o seu tratamento personalizado, geralmente em encontros semanais e com exercícios indicados para fazer em casa entre os atendimentos. O tempo de duração do tratamento vai depender de cada caso”, conclui Thais Carvalho.
Para melhorar a eficácia do tratamento de reabilitação vestibular e ao mesmo tempo aumentar a motivação dos pacientes que se submetem à terapia, a realidade virtual é uma grande aliada. “Podemos fornecer ao paciente em um ambiente ilusório e ao mesmo tempo seguro, uma grande variedade de estímulos com maior especificidade se comparada a métodos tradicionais de reabilitação vestibular. É possível apresentar ao paciente conflitos sensoriais em diferentes níveis de dificuldades, sendo que a percepção do ambiente é modificada por estímulos artificiais”, esclarece a fonoaudióloga.
Mas, essas reclamações acontecem só entre os mais velhos? A fonoaudióloga explica que não, mas que os problemas são mais comuns nessa idade devido às doenças pré-existentes ou uso excessivo de medicações ototóxicas. Entretanto, o desconforto também pode acontecer com crianças. “A partir dos quatro anos e meio de idade, as crianças já começam a apontar esse desconforto, pois passam a ter uma melhor compreensão sobre o que é a tontura. Sendo que, a queixa mais comum entre elas é a Cinetose, um distúrbio de equilíbrio quando se está dentro de um meio de transporte em movimento, podendo também ocasionar sensação de enjôos ou vômitos”, explica.
O tratamento é oferecido para todas as idades. O paciente que tem queixas de tontura, desequilíbrio ou histórico de quedas deve procurar por um otorrinolaringologista que irá realizar uma avaliação, solicitar os exames para auxílio diagnóstico, que julgar necessário e posteriormente definir qual a melhor indicação de tratamento. Além dos exames necessários para avaliação otoneurológica completa, o serviço conta com o exame complementar de posturografia para avaliação do equilíbrio, e jogos do sistema HORUS, uma tecnologia de ponta que auxilia objetivamente na realização de exercícios de reabilitação.
SOBRE THAIS CARVALHO
A fonoaudióloga é formada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), pós graduada em Fonoaudiologia, Audiologia Clínica e Implante Coclear pela UNICAMP, além de diversos cursos de pós graduação em otoneurologia, avaliação vestibular e reabilitação vestibular. Atua na área há mais de 15 anos e é sócia e coordenadora de um dos mais completos serviços de diagnósticos e reabilitação da região de Campinas. Os atendimentos são realizados na Clínica Crescere, que desde sua criação em 1996 sempre foi referência na cidade de Mogi Guaçu e região.
O serviço conta com uma equipe de fonoaudiólogos altamente especializados em diversos exames diagnósticos e reabilitação, além de possuírem um Centro de Implante Coclear e outro de Tontura e Equilíbrio.