As pessoas em situação de rua foram tema de reunião no gabinete do prefeito Rodrigo Falsetti nesta segunda-feira, dia 10 de fevereiro. O chefe do Executivo pediu o empenho das equipes envolvidas a fim de que essa população possa ser acolhida pelos serviços existentes e retiradas das ruas, onde diversas ocorrências têm sido registradas, desde a perturbação do sossego público a pequenos furtos e vandalismo.

Desde 2021, a Prefeitura tem intensificado ações da Secretaria de Assistência Social, por meio do Programa Segurança, Cidadania e Acolhimento (ESCA), com a população de rua do município. Essas ações contam com o apoio da Guarda Civil Municipal e das Secretarias de Saúde e de Serviços Municipais. “Temos recebido muitas reclamações da população e precisamos reforçar as ações e reforçar que estamos prontos para ajudar quem aceitar essa ajuda”, comentou o prefeito.
O reforço nas ações, assim como a adoção de medidas mais estratégicas, foi discutido durante a reunião. Além do trabalho de acolhimento, a Secretaria de Assuntos Jurídicos irá acionar a Justiça para pedir a internação compulsória. No ano passado, quatro foram feitas após o trabalho de campo da ESCA e o envio do processo para o Fórum. “A grande maioria das pessoas em situação e rua tem envolvimento com droga e álcool e vamos usar dessa estratégia para tirá-las das ruas”, explicou João Valério Moniz Frango, secretário de Assuntos Jurídicos.
De acordo com a ESCA, usuários de drogas e álcool, migrantes e pessoas pedindo dinheiro são os perfis mais recorrentes durante as abordagens realizadas. “Os usuários, em sua grande maioria, têm residência fixa em Mogi Guaçu e são relutantes em aceitar ajuda, mas as abordagens continuam sendo feitas, apesar das negativas. Elas não aceitam ajuda e preferem ficar pelas ruas”, comentou Cássio Luciano dos Santos, secretário de Assistência Social.
Em relação às pessoas que costumam pedir dinheiro nas vias da cidade, principalmente nos semáforos, a ESCA tem intensificado a abordagem nos locais de maior incidência, com o intuito de sensibilizar essas pessoas a aceitarem auxílio da Prefeitura. É importante ressaltar que o ato de dar dinheiro para essa população contribui para a permanência deles nas ruas. “É preciso sensibilizar a população para a importância de se oferecer oportunidades para as pessoas em situação de rua, em vez de dar esmolas, que só incentivam essas pessoas a permanecerem em condições degradantes nas ruas e praças da cidade”, reforçou Cássio.
Para os migrantes, a Prefeitura oferece a possibilidade de retorno ao município de origem. Quem aceita este tipo de auxílio, recebe uma passagem para voltar para casa. Aqueles que vivem nas ruas podem contar com o acolhimento e toda a assistência oferecida pelo município. Todas as ações são avaliadas semanalmente e os locais programados costumam ser alterados.
Desde o início desse ano, a Secretaria de Segurança tem contribuído com o trabalho de abordagem feito pela ESCA. A secretária-ajunta da Pasta, Judite de Oliveira, assumiu a função e tem colaborado diretamente com a Secretaria de Assistência Social. “Estamos trabalhando para ajudar essas pessoas da melhor forma possível a deixar as ruas, respeitando sempre a dignidade de cada um. É um problema social grave e, por isso, a importância de não dar esmola”, salientou a ex-vereadora.
Judite informou que a cidade tem cadastradas cerca de 200 pessoas em situação de rua, número que tem se mantido inalterado nos últimos anos. Em janeiro, a ESCA realizou 88 abordagens, com 22 encaminhamentos e cinco passagens para cidades de origem foram fornecidas. A faixa etária dessas pessoas é de 25 a 45 anos. “É um trabalho de formiguinha, que vamos fazer todos os dias. Quem vem de fora para ficar na rua não terá vida fácil aqui”, disse Judite.