Saúde

Orientações sobre fake news no Outubro Rosa: cuidados para o combate ao câncer de mama

Oncologista do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu destaca a importância das boas fontes de informação para que o tratamento da doença seja feito da melhor maneira possível

No mês de prevenção ao câncer de mama e colo do útero é preciso dar orientações sobre as fake news e viralizar exemplos de ações realizadas por hospitais e instituições de pesquisas. Desde chás curativos à inibição total de açúcar, as notícias falsas sobre prevenção e tratamento de câncer têm se espalhado no país. 

A médica oncologista Dra. Mariana Souza Marcondes Cordeiro, do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, relata que é comum em consultas pacientes com perguntas e informações equivocadas. “É difícil porque além de explicarmos para o público todo o tratamento que ele terá, temos que explicar porque essas informações não são verídicas. Às vezes, ele já leu tanto sobre o assunto que se torna real para ele”, comenta a doutora. 

Fake News

A informação é uma importante ferramenta no tratamento do câncer e algumas dicas podem ajudar a identificar se a notícia é verdadeira ou não. Primeiramente: procurar a fonte da informação. É preciso que seja de algum instituto de pesquisa ou hospital, e que explique exatamente como aquele tratamento funciona. 

Também é preciso ficar atento às generalizações: chás que curam qualquer tumor são irreais pois cada um deles tem suas particularidades de cura e estágios da doença. É possível informar-se por sites de instituições renomadas, órgãos do governo como o Instituto Nacional de Câncer – INCA –  ou pelas redes sociais de hospitais, como a do Hospital São Francisco. 

A doutora Cordeiro compartilha algumas ações que são feitas no Hospital São Francisco de Mogi Guaçu antes e durante a pandemia como um exemplo que pode ser seguido para orientar a população. “Antes da pandemia, todo mês trabalhávamos com algum tema de saúde e abríamos o Hospital à população geral para palestras e um bate-papo para tirar dúvidas em relação ao tema. Profissionais de diversas áreas palestravam sobre diversos assuntos.  Este ano, queremos evitar aglomeração, os profissionais da saúde estão expostos no hospital de maneira significativa, os pacientes são debilitados e há pessoas na zona de risco. Com isso em vista, faremos uma campanha com folhetos dentro da área de oncologia e usaremos as redes sociais com mais força para informar e orientar”, conta a médica oncologista. 

A médica também fala sobre um exemplo comum de fake news. “Me perguntam se a glicose aumenta o câncer. Como temos um exame que a base do contraste é glicosado, as pessoas acham que terão câncer se consumirem açúcar em excesso. E ainda começam a fazer uma restrição dele porque acham que vai aumentar o câncer de quem já tem ou é uma forma de prevenir para os que não tem. Isso não é verdade mas há muito material na internet sobre, tem gerado um transtorno para nós profissionais da área desmentir essas informações.”

Orientações  

O câncer de mama é o tipo que mais mata mulheres no Brasil e a 2ª causa de todas as mortes de mulheres no país, atrás somente das doenças do sistema circulatório. Entretanto, se diagnosticado precocemente e tratado de forma adequada, tem até 95% de cura. Portanto, a melhor maneira de prevenir é a informação. 

É preciso informar as mulheres sobre o grande perigo que é a doença, causadora de cerca de 18 mil óbitos por ano, com mais de 66 mil novos casos anuais. A mamografia é a principal estratégia de que se dispõe hoje, porque consegue detectar a doença um ou dois anos antes, antecipando o diagnóstico.

Todos os exames de prevenção podem ser feitos em qualquer idade, mas a necessidade para as jovens é só quando há casos de câncer de mama na família ou algum sintoma clínico importante que justificam a realização dos exames. “Quando não há histórico familiar, pode começar os exames aos 40 anos e eles serão remarcados de acordo com os resultados. Conforme o paciente vai avançando de idade, os exames se tornam mais criteriosos pois já aumenta o risco de câncer de mama e outros tumores como intestino e estômago. Essa rotina se torna frequente na vida idosa”, explica a doutora. 

É importante buscar informação sobre como fazer o autoexame, qual a periodicidade necessária para a mamografia e onde é possível realizá-la. Para quem tem histórico na família, é possível fazer um estudo genético para avaliar o risco das filhas e netas terem o câncer de mama também, além de outros tumores. 

A dra. Mariana Cordeiro também atenta para o fato de que a prevenção e os cuidados contra o câncer devem acontecer todos os meses, e não apenas em Outubro e Novembro. O cuidado com o corpo, principalmente quando a idade avança, é fundamental para uma qualidade de vida e bem-estar longevos. A melhor prevenção ainda é cuidar do corpo com boa alimentação, atividades físicas e evitando excessos de álcool e sobrepeso. 

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MGA

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